Um dos maiores símbolos do cristianismo é a Cruz. Também é um dos mais conhecidos. Antes de Jesus Cristo, e mesmo
depois de algum tempo que Ele concluiu sua obra salvadora entre nós, a cruz era
instrumento de castigo, tortura e morte.
Depois que Ele, através da Cruz, redimiu a humanidade, com sacrifício,
ela tornou-se sinal de salvação, de vida e redenção para todos aqueles que
creem em seu nome e na eficácia de seu sacrifício, como cordeiro pascal, pelos
nossos pecados.
A Cruz foi adotada logo no inicio do
cristianismo, como símbolo da fé, expressão de piedade e compaixão e também
como objeto de veneração. Não só a cruz
em si, mas também os gestos e atitudes, inspirados nela, enriquecem a liturgia
e a simbologia cristãs.
O grande movimento iniciado pelo Beato
João Paulo II, chamado Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), recebeu desse
grande Papa, uma Cruz como símbolo. Esse
movimento tem como objetivo a evangelização da juventude, a fortificação de sua
fé e, momento de intensa catequese.
Corriam os anos da década de 1980. O
Beato João Paulo, estava ainda no início de seu longo pontificado. Uma de suas
primeiras grandes iniciativas foi estabelecer o ano de 1983 (25 de março de
1983 - 22 de abril de 1984) como Ano Santo da Redenção, com o lema: "Abri
as portas ao Redentor".
Como símbolo desse grande evento, o Papa
pensou numa grande Cruz a ser colocada ao lado do altar principal da Basílica
Vaticana. Deveria ser tão grande, que todos a pudessem ver de longe. Foi então
construída, e colocada nesse local uma grande Cruz de madeira, com 3,8 metros
de altura que aí permaneceu durante todas as celebrações pontifícias que se
efetuaram na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo. Inicialmente ela era
conhecida como Cruz do Ano Santo ou Cruz do Jubileu.
A última celebração solene daquele ano
santo foi o seu encerramento: o Papa fechou a Porta Santa (uma das grandes
portas da Basílica) no dia 22 de abril de 1984, significando sua conclusão.
Ao lado da Basílica de São Paulo há um
Centro da Juventude, chamado São Lourenço, que o próprio Beato João Paulo II
criou para acolher os jovens peregrinos que visitavam Roma, ou mesmo outros
jovens necessitados de amparo e ajuda. Foi nessa ocasião que o Papa, num gesto
daquilo que, posteriormente, ele mesmo iria chamar de Nova Evangelização,
confiou a Cruz do Ano Santo aos jovens, pedindo que a levassem para o Centro da
Juventude São Lourenço e dando-lhes uma missão muito específica. Foram essas
suas palavras aos jovens:
"Meus queridos jovens, ao concluir
este Ano Santo, confio-vos o símbolo deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo!
Levai-a pelo mundo afora como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e
anunciai a todos que só na morte e ressurreição de Cristo é que poderemos encontrar
salvação e redenção".
Aí foi traçada uma grande missão
evangelizadora para os jovens: levar a Cruz de Jesus Cristo como símbolo de seu
amor pela humanidade e, ao mesmo tempo, evangelizar o mundo, ou seja, anunciar
a todos que somente no mistério pascal de Jesus (sua morte-ressurreição) é que
podemos encontrar a salvação e redenção.
Na verdade, um duplo movimento daí surgiu: de um lado, os jovens foram
investidos de uma missão evangelizadora (ir pelo mundo levando a Cruz) e de
outro, eles mesmos foram e estão sendo evangelizados, e muitos começaram a
seguir mais decididamente a Jesus como discípulos, através da JMJ, que o mesmo
Papa começou a organizar em seguida.
Em nome de toda a juventude católica, os
jovens do Centro São Lourenço, levaram-na para lá e começaram, desde 1984, a
organizar peregrinações dessa Cruz por todas as partes: Europa Central, Leste
Europeu, Américas, Ásia, África, Austrália.
A primeira peregrinação foi em julho de 1984, na cidade de Munique
(Alemanha). Daí por diante, essa Cruz passou a ser conhecida como Cruz
Peregrina, Cruz dos Jovens ou Cruz das JMJ.
A partir de 1994, a Cruz começou a peregrinar também por todas ou quase
todas as igrejas particulares dos países sede de cada JMJ internacional, como
um meio de preparação espiritual para o grande evento. Assim, a Cruz das JMJ vai passando de país,
em país, de diocese em diocese, tal como uma tocha olímpica, porém com uma
mensagem muito superior e mais sublime: entusiasmar nossa juventude pelo
seguimento de Jesus!
Fonte: Comissão Episcopal Pastoral
para a Juventude. Cruz Peregrina - Rumo ao Rio – 2013. 3. ed. Brasília: Edições
CNBB, 2011.